Lei de Direitos Autorais (Direitos de Autor e Direitos Conexos)

Essas obras literárias são protegidas pela lei número 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998.http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%209.610-1998?OpenDocument

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Pés abstratos

Pés abstratos
Heleno de Paula


          Tela de Fábio Ribeiro - Exposição "Consequência" - HOMEGROWN


Pés abstratos aos olhos
Caminham, deslizam, manobram via pensamentos.
Nus ou calçados sustentam atitudes, impávidos!
Denotam diferentes estilos e comportamentos.
Embasam virtudes, suplantam percalços,
Figuram anseios nas andanças de um destino.
Pegadas, sinais da lembrança em traços,
Marcas das brincadeiras de infância,
Das declarações de amor...
Por onde a vida foi seguindo!
Degraus à frente, ascensão, bonança...
Eleva-se a satisfação da capacidade do indivíduo.
Valorizados os calos, as feridas, as trajetórias mundanas,
Sentimento de realização sem atalhos percorridos.
Se há o “Lava-pés” singelo nas entrelinhas,
Entre as telas, passeiam sonhos de um menino.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Tempos

Tempos
Heleno de Paula




A cada tempo choramos, entristecemos, temos medo...
Vivemos angústias.
Chove dentro do nosso peito,
A esperança da alma vaga sob um céu cinzento.
Os sonhos tornam-se longas noites de inverno.
Assim a centelha divina nos ensina algumas lições de tempo,
O tempo da cura, das reflexões e dos atos.
Porque a contínua vivência irradiada por bons tempos,
Nos cega, assola nossas virtudes.
Pouco a pouco esquecemos o real sentido de estar aqui,
Mas no sofrer se incide a fé.
A fé que dispersa a nebulosidade, desanuvia o pensamento.
Novamente nos é permitido contemplar a paz das alvoradas.
Sim, é preciso se reconhecer, aclarar de dentro pra fora.
Não é só questão de tempo.
É necessário fazer por merecer, em tempo...
Esse é o momento, faça-o agora.



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Destino em giz

Destino em giz
Heleno de Paula



Diz que é meu céu
Sempre diz que é meu sol
Sempre diz que é meu mel
Sempre giz num pedaço de papel, ser feliz...
Sempre disco da Elis
Sempre mancha o batom
Sem o véu, vi tuas lágrimas no chão...
Chão que foi meu mar
Chão que foi luar
Grão de estrela,
Colo aonde a vida vem ninar.
O que eu sempre quis,
Um amor sem cicatriz...
Lume alma, a paz que me fez sonhar...
Então diz...
Diz onde está?
Diz...
Vou te encontrar!
Deus, por que levá-la e me deixar?
Agora o céu não apraz o meu olhar
O sol pouco me aquece, peito frio...
Dói só de lembrar!
Amarga a boca, sem sorriso no caminho, sem saber rezar...
Sem Tom, apenas Nelson Cavaquinho e o que me faça chorar.
Eu fiz de tudo, e você o que quis provar?
Abancado. Estático. Um gole de veneno.
Observo o pó de giz ao vento...
Ansioso, aguardo o destino escrito se apagar.
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